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segunda-feira, junho 12, 2006

Cotidiano de um suburbano - O começo

O dia promete ser atribulado. O vai e vem de pessoas esbarrando-se entre si, cada qual no seu rumo, incerto, efêmero, às vezes sem sentido, me atordoa.Sou mais uma incógnita, anônima. Receoso indago que caminho devo seguir ? Essa pós- modernidade utópica e retrógrada me contagia ... Sou fruto passivo da xenofobia congênita, que impregna as “coisas velhas” e ultrapassadas... vencidas. Um novo plano eclode da virtualidade: o subjetivo humano.
Penso, talvez eu exista! Descarto qualquer plágio!
As unanimidades persistem e corroem as discussões sem argumentações.Existem dialéticas sem fundamentações ou filosofias artificiais?
Nas ruas tribos amotinadas amontoam-se e disputam espaços urbanos nos picos mais altos da selva de pedra. Pitorescas são as formas e os variados signos que maculam a arte... rupestres. Retroagimos?
Como animais racionais nos isolamos do mundo a nossa volta. A tela do computador, a televisão, a internet, hipermídia... essa “coisa” chamada modernidade tecnológica tornou-se nosso mundo visionário. Indefesos e acuados não sabemos como fugir. Neste exato momento nos tornamos escravos e não vemos mais pessoas indo e vindo, o gerúndio se torna implacável. No recôncavo do nosso leito pagamos pela virtualidade subjetiva e... manipulamos nosso cognitivo, formatamos nossas vidas. Os esboços ao nosso redor, são retratos pitorescos, cubistas, reproduzidos em cadeias e elos que tentamos cruzar com a realidade. Volto à utopia antagônica que me impregna. Estamos apáticos à realidade que nos cerca.Voltemos à realidade. Quanta tecnologia! Mas que importa, sou avesso a ela, xenófobo, absolutamente...xenófobo. Quero afogar o celular... na privada!Internet?
Universo midiático sem sentido e virtual. Quanta viagem! O contexto é outro, corro para não perder o ônibus, a estas horas lotado na imensa Gothan City paulistana.
No coletivo, entupido, odores ardidos e fétidos dos amplexos involuntariamente arvorados, que nos abraçam a balaústres capengas e recostos rudes. No balanço da Nau urbana e sem velas ...o vento dissipa a catinga.

Luiz Carlos Reis

quinta-feira, junho 01, 2006

Intelectos Bastardos

Pensastes como um idiota! Baluarte medíocre da hipocrisia...Tú és um louco? Até parece! Ainda pensas como um provinciano com méritos de "bobo da corte". Quanta petulância exprimes o teu ser! Quando olhas para tua imagem, refletida no espelho da vida, o quê realmente vês? Bastião inconteste! Tú vês um rosto incontido, sem máscara, sem adereços ou maquiagem. Apenas a face, um rosto carcomido e enrugado, que o tempo deixou nos traços de sua ascendência a escarlatina asquerosa e nojenta...
Somos entes arcaicos, leigos protagonistas do retrô humano! Nada! Absolutamente nada, frente a onipotência e sapiência Divina!
Julgamos com pretenção!
Sabedoria... Humildade... virtudes de poucos. Ansiamos por muito e basta tão pouco. Será assim...suficientemente tão pouco? Não condiz com o "paradoxo ajustado" da visão de mundo que assimilamos em nossa existência, dos paradigmas e viés da vida, dura por excelência!
Dura sim! Para quem amolece. Àquele que vai em frente, essa mesma vida, renova-se à cada obstáculo vencido, transpassado, superado...resolvido. Nos degrais do palanque outros ascendem...divida os espaços, deixe-os passar.
Rompido todos os "paradigmas freudianos", simples apócrifos de uma "acta" sem público, faz com que voltemos ao espelho novamente, cuja face, agora, se ilumina com novos horizontes e idéias.
O surrealismo retrô e suas falácias ficam contidos no passado, a realidade desponta. Todos são verdadeiramente iguais nessa comédia humana?
Perdeu-se?
Na imensidão das palavras! Que significados são estes? Metáforas jogadas ao vento?
Louco é quem me diz...apenas sonhos se tornam realidade!


Luiz Carlos Reis