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quinta-feira, outubro 08, 2009

Sinfonia

A sinfonia que perdeu-se com os anseios vagam por entre as vertentes da natureza humana. Mas é na condução da música, essa opereta da vida, que os acordes se ajustam como se estivessem na pauta. Pauta de vida...sofreguidão! A sinfonia não é mais sinfonia, são duetos que já não se encontram mais... Os arpejos melancólicos se esvaem e o maestro não conduz a peça musical como deveria com a maestria que lhe é peculiar. Mais um palco se levanta...outras paixões... No teatro montado a platéia se dispersa...não há aplausos...não há textos...não há representação...não existem atos... nem atores... a música ao fundo é cantarolada....como um fado de letras tristonhas! Eis que o tenor de shakeaspeare muda o tom da sinfonia...da opereta... e os poetas de outrora renascem assim como a nova sinfonia, como meninos pequenos...o desabrochar dos primeiros botões... E, acordes perpetuados despontam incólumes, póstumos na pauta numa harmonia perfeita com os versos cantados... Ê vida...! Que retoma os anseios divagando no vento e renasce na esperança... as musas sempre únicas...tudo inspira nessa sinfonia de meninos...mais devaneios...na imensidão do mar. Soltemos as amarras somos expectadores e coadjuvantes dessa sinfonia... pulsante vida!

Luiz Carlos Reis

terça-feira, fevereiro 12, 2008

Cotidiano de um suburbano...O começo

O dia promete ser atribulado. O vai e vem de pessoas esbarrando-se entre si, cada qual no seu rumo, incerto, efêmero, às vezes sem sentido, me atordoa.Sou mais uma incógnita, anônima. Receoso indago que caminho devo seguir ? Essa pós- modernidade utópica e retrógrada me contagia ... Sou fruto passivo da xenofobia congênita, que impregna as “coisas velhas” e ultrapassadas... vencidas. Um novo plano eclode da virtualidade: o subjetivo humano. Penso, talvez eu exista! Descarto qualquer plágio! As unanimidades persistem e corroem as discussões sem argumentações.Existem dialéticas sem fundamentações ou filosofias artificiais? Nas ruas tribos amotinadas amontoam-se e disputam espaços urbanos nos picos mais altos da selva de pedra. Pitorescas são as formas e os variados signos que maculam a arte... rupestres. Retroagimos? Como animais racionais nos isolamos do mundo a nossa volta. A tela do computador, a televisão, a internet, hipermídia... essa “coisa” chamada modernidade tecnológica tornou-se nosso mundo visionário. Indefesos e acuados não sabemos como fugir. Neste exato momento nos tornamos escravos e não vemos mais pessoas indo e vindo, o gerúndio se torna implacável. No recôncavo do nosso leito pagamos pela virtualidade subjetiva e... manipulamos nosso cognitivo, formatamos nossas vidas. Os esboços ao nosso redor, são retratos pitorescos, cubistas, reproduzidos em cadeias e elos que tentamos cruzar com a realidade. Volto à utopia antagônica que me impregna. Estamos apáticos à realidade que nos cerca.Voltemos à realidade. Quanta tecnologia! Mas que importa, sou avesso a ela, xenófobo, absolutamente...xenófobo. Quero afogar o celular... na privada!Internet? Universo midiático sem sentido e virtual. Quanta viagem! O contexto é outro, corro para não perder o ônibus, a estas horas lotado na imensa Gothan City paulistana. No coletivo, entupido, odores ardidos e fétidos dos amplexos involuntariamente arvorados, que nos abraçam a balaústres capengas e recostos rudes. No balanço da Nau urbana e sem velas ...o vento dissipa a catinga.

Luiz Carlos Reis