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quinta-feira, junho 01, 2006

Intelectos Bastardos

Pensastes como um idiota! Baluarte medíocre da hipocrisia...Tú és um louco? Até parece! Ainda pensas como um provinciano com méritos de "bobo da corte". Quanta petulância exprimes o teu ser! Quando olhas para tua imagem, refletida no espelho da vida, o quê realmente vês? Bastião inconteste! Tú vês um rosto incontido, sem máscara, sem adereços ou maquiagem. Apenas a face, um rosto carcomido e enrugado, que o tempo deixou nos traços de sua ascendência a escarlatina asquerosa e nojenta...
Somos entes arcaicos, leigos protagonistas do retrô humano! Nada! Absolutamente nada, frente a onipotência e sapiência Divina!
Julgamos com pretenção!
Sabedoria... Humildade... virtudes de poucos. Ansiamos por muito e basta tão pouco. Será assim...suficientemente tão pouco? Não condiz com o "paradoxo ajustado" da visão de mundo que assimilamos em nossa existência, dos paradigmas e viés da vida, dura por excelência!
Dura sim! Para quem amolece. Àquele que vai em frente, essa mesma vida, renova-se à cada obstáculo vencido, transpassado, superado...resolvido. Nos degrais do palanque outros ascendem...divida os espaços, deixe-os passar.
Rompido todos os "paradigmas freudianos", simples apócrifos de uma "acta" sem público, faz com que voltemos ao espelho novamente, cuja face, agora, se ilumina com novos horizontes e idéias.
O surrealismo retrô e suas falácias ficam contidos no passado, a realidade desponta. Todos são verdadeiramente iguais nessa comédia humana?
Perdeu-se?
Na imensidão das palavras! Que significados são estes? Metáforas jogadas ao vento?
Louco é quem me diz...apenas sonhos se tornam realidade!


Luiz Carlos Reis

segunda-feira, maio 29, 2006

Grãos de Areia


Somos todos tão iguais e nos vemos tão diferentes! E quando nossos sentimentos se cruzam com o que lemos ficamos surpresos... Não somos os únicos a sentir dor; não somos os únicos a sentir medo, insegurança... não somos os únicos a temer o desconhecido, a sentir decepção, a chorar de tristeza, a ficar na dúvida, a não saber que decisão tomar e recear ter feito a escolha errada... Sofremos mais porque nos vemos sós. Porque temos dificuldade em imaginar que outras pessoas passem por caminhos parecidos com os nossos. Porque nos fechamos no nosso quarto e em nós... nos sentimos tão miúdos que dificilmente imaginamos que fora da nossa janela outros seres sentem-se pequenininhos também, cada qual sozinho na sua dor e solidão. A auto-piedade que nos devasta, assola milhares de eus espalhados por aí. Vistos do alto, somos apenas pequenos pontos, grãos de areia no mar da vida, tremendamente parecidos. E a chuva, quando rega a terra, não escolhe cabeça; o sol ilumina tudo por igual e a lua pode encantar qualquer um.Somos todos sim iguais na alma, na pequenez e na grandeza; Eu choro também, me comovo, morro um pouquinho a cada dia e renasço na minha fé. Desanimo de vez em quando e ergo a cabeça logo depois; espero impaciente o nascer do dia e faço planos pro dia seguinte. Me faço mil perguntas para as quais não encontro respostas. Somos assim, tão iguais eu e você e tantos outros!... A prova disso é que você se identifica com o que digo.Se a emoção que aperta meu peito, aperta o peito de quem me lê, é porque somos feitos do mesmo barro. E se posso ver e crer na vitória e ultrapassar meus limites é porque todo mundo, cada um pode. Podemos conjugar todos os verbos em todos os tempos!É verdade que o sol não nasce e não se põe pra nós no mesmo momento, mas isso não muda em nada a verdade de que somos assim maravilhosos e importantes grãozinhos de areia aos olhos de Deus.

Letícia Thompson